As Viagens de Tom Sawyer (resumo)

RESUMO

Esta história (ou paródia, como quer a Wikipédia) começa nos Estados Unidos.

Já tinha passado muito tempo desde que Tom e Huck haviam descido o Rio Mississipi e libertado o negro Jim. Naquela ocasião, Tom Sawyer havia levado um tiro na perna, o que o tornou celebridade na pequena cidade em que moravam.

Agora, porém, ninguém mais comentava o caso, e porisso Tom queria viver novas aventuras, para ficar de novo “na boca do povo”…

Então os jornais da cidade vizinha, Saint Louis, noticiaram a chegada de um grande balão, que em breve iniciaria uma viagem para a Europa, sobrevoando o Oceano Atlântico. Tom, Huck e o negro Jim não perderam a oportunidade e foram lá ver.

O balão estava ancorado numa área fora da cidade. À sua volta havia uma multidão, a maioria divertindo-se com o veículo e o seu condutor, um professor que parecia meio louco.

Ninguém acreditava que o balão pudesse fazer uma grande viagem, pois parecia muito frágil e inseguro. E o povo caçoava do professor; e quanto mais caçoava, mais o homem ficava aborrecido. Apesar disso, muitas pessoas subiram na barcaça, que tinha o formato e o tamanho de um barco. Quando surgiram vagas, Tom, Huck e Jim também subiram.

Enquanto isso, o professor fazia os preparativos finais para iniciar a viagem: examinava uma coisa aqui, ajustava uma peça ali… Logo as pessoas começaram a descer, mas os três amigos foram ficando num canto, pois Tom não queria descer antes de Nat Parsons, um morador da cidadezinha de Tom Sawyer que concorria com ele em aventuras e viagens realizadas.

Então Nat Parsons desceu, e os três saíram do canto para descer também. Mas de repente o balão começou a subir rapidamente, e logo depois eles viram a cidade lá embaixo, muito longe, e parecendo cada vez menor. Huck arregalou os olhos; Jim, de negro ficou cinza; mas Tom Sawyer adorou a experiência.

Com o balão bem longe do solo, e já estabilizado, o professor, ainda furioso com a multidão que não compreendia a importância do seu invento, dirigiu-se a Tom:

— Idiotas! Eles dizem que a viagem não vai dar certo. Mas querem examinar o balão e espionar para ver se descobrem o segredo da minha invenção. Mas o segredo é só meu! Ninguém sabe o que faz o balão se mover; só eu. É uma nova fonte de energia, mil vezes mais poderosa do que qualquer outra. Eles dizem que não posso ir até a Europa. Mas há combustível a bordo para eu viajar durante 5 anos, e há comida para 3 meses! Eu posso viajar pelos céus pelo resto da minha vida, se quiser. Venha cá, rapaz; pressione estes botões do jeito que eu mandar.

Ele fez Tom dirigir o balão para todas as direções e de várias maneiras diferentes. E ensinou ao garoto, em poucos minutos, tudo o que era necessário para manejar o veículo aéreo. Tom aprendeu rápida e facilmente, e daí a pouco já fazia manobras arriscadas, como por exemplo dirigir-se na direção de uma árvore alta e desviar dela no último segundo.

Como parte do aprendizado, Tom fez o balão pousar suavemente numa pastagem. Aproveitando a deixa, o garoto e os seus companheiros já iam descendo da embarcação, quando o professor gritou:

— Não! Vocês não vão descer!

Os três começaram a ficar com medo. Puseram-se a pedir, a implorar para que fossem liberados, mas isto só serviu para que a fúria do professor voltasse. E o homem foi ficando cada vez pior, começando a gritar e a xingar. Jurou que o mundo ingrato nunca saberia do seu segredo. Deixou escapar que daria a volta ao mundo para mostrar a todos o valor do seu invento, mas depois mergulharia o balão no mar, com ele e os três passageiros dentro…

Agora o medo se transformou em pavor, ainda mais porque a noite vinha chegando. O homem deu de comer aos visitantes e depois mandou que ficassem do outro lado da embarcação, bem longe dos instrumentos de comando do balão. Mostrou um revolver, dizendo que mataria quem ousasse aterrissar de novo o veículo aéreo.

Mais tarde, já de madrugada, Tom Sawyer concluiu que a única maneira de se salvarem era amarrar o professor quando ele estivesse dormindo. Mas seus companheiros, apavorados, foram contra a idéia.

Finalmente os três conseguiram dormir, acordando quando o relógio marcava 8 horas da manhã. Sem nada para fazer, a não ser observar a paisagem lá embaixo, que mudava constantemente, Tom tentou ensinar a Huck e Jim algumas noções de cartografia (havia mapas a bordo); mas essas noções não entraram na cabeça dos dois burraldos.

Mais tarde Tom distraía-se olhando, com uma luneta, as horas marcadas pelos relógios públicos das cidades e vilas que sobrevoavam. E de repente o garoto percebeu que um relógio marcava 1 hora a mais do que o seu. E na próxima cidade, outro relógio também estava 1 hora adiantado. Primeiro Tom achou engraçado, mas depois se lembrou dos 4 diferentes fusos horários que há nos Estados Unidos. Tom explicou o seguinte aos seus companheiros de aventura:

— O que aconteceu foi que esta bexiga voou sobre os Estados de Illinois, Indiana e Ohio como se fosse brincadeira, e agora estamos na parte leste da Pensilvânia ou Nova York, ou em algum Estado em volta destes…

É que só nestes últimos Estados o fuso horário mudava, ficando 1 hora adiantado em relação ao Estado de Missouri, de onde o balão havia partido. E Tom calculou que, em menos de 1 dia, o balão havia voado cerca de 1.500 quilômetros!

Não demorou e os passageiros viram ao longe algo que os deixou intrigados. Mas Tom Sawyer, observando atentamente, logo concluiu:

— É o oceano! O Oceano Atlântico!

Um pouco mais perto avistava-se uma grande cidade, com um grande número de navios ancorado em seu porto: era Nova York. Mas o balão não parou, e logo só havia o oceano abaixo dele, com um ou outro navio aparecendo como um pontinho escuro. Mais um pouco e já não havia mais esses pontinhos escuros; só as águas e as ondas do imenso oceano!…

Decorridos alguns dias, durante os quais só se viam as ondas do mar, o professor anunciou que, se tudo corresse bem, no dia seguinte, à tarde, estariam em Londres, Inglaterra. Lá o balão desceria até o solo.

Os passageiros ficaram esperançosos de serem libertados, mas o comportamento do professor começou a dizer o contrário. Ele mostrou-se novamente estranho, esvaziando uma garrafa de bebida alcoólica e começando a cantar. Enquanto isso, uma tempestade se aproximava. E foi ficando totalmente escuro, com relâmpagos riscando o céu e trovões estrondando ensurdecedoramente.

Então Huck e Jim, durante o clarão de um relâmpado, viram que o professor, já embriagado, saltou sobre Tom, agarrou-o e tentava atirá-lo por cima da amurada. Mas escureceu novamente e, quando deu um novo clarão, não viram mais nem Tom nem o professor.

Outro clarão e viram Tom Sawyer agarrado no lado de fora da amurada, branco como papel. Tanto que Jim supôs que fosse o seu fantasma, e não ele em pessoa. Mas Huck logo foi lá ajudar o colega a voltar ao interior da barcaça.

Os três constataram depois que o dono do balão, durante a luta com o garoto, havia caído no mar e desaparecido na escuridão.

Lá pela meia-noite, a tempestade acabou e a lua apareceu, iluminando fracamente o balão e o oceano.

Na manhã seguinte, depois de fazerem uma refeição, Tom constatou, preocupado, que durante a noite o balão estivera voando sem rumo certo, seguindo os caprichos do vento. Tom então ajustou os instrumentos para o balão seguir rumo ao Leste; depois ensinou aos outros como dirigir o veículo aéreo, e a partir daí cada um ficava 4 horas no volante, enquanto os outros descansavam.

No meio da tarde eles deixaram tudo preparado para o pouso do balão, e ficaram observando o horizonte com a luneta, esperando ver terra a qualquer momento. Mas por mais que observassem, não viam nada além do oceano. E assim anoiteceu novamente, e as horas foram avançando.

Quando um novo dia começou a surgir, Jim, que estava no comando, soltou um forte grito. Os outros pularam de suas camas e olharam para baixo. Viram terra, terra para todos os lados. Terra onde não havia árvores, nem morros, nem pedras, nem casas. Uma paisagem muito diferente daquela que Tom imaginava para a Inglaterra…

Tom pediu a Jim que aproximasse o balão do solo, pois estavam muito alto. À medida que o balão descia, a temperatura ia aumentando sensivelmente. O balão parou a uns 10 metros do solo, que era pura areia. Tom soltou a escada de cordas, e logo depois ele e Huck desceram por ela até alcançarem o chão. A areia já estava muito quente, e quase queimava os pés. Eles foram se afastando do balão, sentindo o prazer de pisar outra vez em terra firme. Mas num certo momento, quando se voltaram para o balão e olharam para cima, viram Jim gesticulando e gritando, mas sem entender o que o negro dizia.

Como Jim parecia desesperado, eles resolveram voltar um pouco, até poderem entender o que ele dizia:

— Corram! Corram para salvar as suas vidas! Vi pela luneta que um leão está correndo na direção de vocês! Ele deve ter escapado de algum zoológico, e o seu domador não está por perto!

Tom voou para a escada de cordas que descia do balão. Mas Huck não sabia se corria ou se olhava para o leão que avançava para ele; assim, progredia lentamente, como se estivesse num pesadelo.

Quando Tom já tinha subido até a barcaça, Huck conseguira apenas segurar nas cordas com as mãos e colocar um pé no primeiro degrau. O leão já ia pegá-lo quando Tom, assumindo o controle do balão, fez este subir rapidamente uns 2 metros. O leão ainda tentou alcançar Huck, na ponta da escada de cordas, com uma patada cheia de unhas. Não conseguiu por um triz…

O balão não podia subir mais, pois Huck mal conseguia se equilibrar na escada, e se caísse de uma altura maior, poderia morrer ou ferir-se gravemente. Tom, então, manteve a altura e dirigiu o veículo aéreo para a frente, não muito depressa, para não derrubar o amigo pendurado. Foi bem em tempo, porque outros leões começaram a surgir, atraídos pelos rugidos que o primeiro soltava.

Finalmente o balão ganhou uma boa distância das feras, e elas desistiram da caçada. Tom deixou o balão parado no ar, e Huck, já livre do perigo, mas ainda com as pernas bambas, pôde subir a bordo.

Tom logo percebeu que não estavam na Inglaterra, mas sim, no Deserto do Saara, norte da África. Como que para confirmar isto, algum tempo depois eles avistaram, lá embaixo, uma grande caravana. O balão estava muito alto, e os beduinos e seus camelos pareciam pontinhos na areia.

Resolveram aproximar o balão do solo. Quando estavam a uns 100 metros de altura, os beduínos o enxergaram, e como nunca tinham visto nada parecido, reagiram com medo e terror. Muitos sairam correndo em todas as direções; outros, recuperando-se logo, passaram a atirar no balão. Os camelos, com os gritos e os tiros, debandaram.

Os balonistas não esperavam essa reação, mas resolveram subir rapidamente até a altura de mil metros, onde estariam seguros e a temperatura era muito mais agradável. De lá continuaram a observar, com a luneta, os camelos e os beduinos. Demorou 1 hora até que a caravana voltasse à sua formação normal e retomasse a viagem pelo deserto.

De repente, entretanto, viram que a caravana estava sendo atacada por um bando de salteadores, montados em cavalos. Começou uma luta feroz, com muitos gritos, tiros e golpes com espadas e lanças. Logo já havia vários mortos e um grande número de feridos. Os camelos tinham novamente debandado.

A um certo ponto, entretanto, os bandidos perceberam que estavam em desvantagem na luta, e então o seu chefe fez um sinal e todos bateram em retirada. O último bandido, porém, tomou uma criança dos braços de sua mãe e levou-a com ele. A mãe, desesperada, corria atrás do homem a cavalo, mas este logo se distanciou.

Foi aí que os balonistas resolveram “dar uma mãozinha”. Fizeram o balão aproximar-se novamente do solo, sem perder de vista o cavaleiro com o menino. Tom, que estava no comando, fez o balão dar um vôo rasante, acertando com a parte de baixo a cabeça do cavaleiro, que caiu com o menino. O balão subiu e todos viram o homem se levantar, cambaleando na direção do cavalo, que fugira dali. A criança ficou sozinha, parecendo não ter sofrido nenhum dano, e logo depois estava de novo nos braços de sua mãe.

E o balão foi seguindo pelo deserto, com os três tripulantes observando tudo à sua volta, esperando encontrar algo que se mexesse.

Na manhã seguinte, após o café-da-manhã, de repente viram, lá embaixo, muitas pessoas e muitos camelos espalhados pelo chão, absolutamente imóveis. Desceram para ver e constataram que todos estavam secos, escuros e enrugados como múmias. As pessoas, homens, mulheres e crianças, estavam todos vestidos, embora suas roupas estivessem em frangalhos. Mantinham consigo todos os objetos pessoais, inclusive armas, e os camelos ainda tinham amarrada nos lombos parte das cargas que o tempo ainda não esparramara pela areia.

O espetáculo era tétrico, e o balão logo voltou aos ares, afastando-se dali.

Os últimos acontecimentos e a ancoragem no solo escaldante do deserto deixaram os balonistas com muita sede. Mas quando procuraram os cantis, perceberam que toda a água estava com um gosto horrível, além de estar muito quente. Não puderam bebê-la, e Tom propôs que todos olhassem procurando por um oásis.

Durante muito tempo só viram areia por todos os lados. E a sede ia se tornando insuportável. Mas depois viram ao longe, meio embaçadamente, um lago brilhante com uma linha de palmeiras em volta. O balão voou naquela direção em grande velocidade, e Tom calculou que chegariam lá em cerca de 7 minutos. Mas os 7 minutos passaram, e o lago parecia estar tão longe quanto no momento em que o viram. Nova corrida, mas a distância continuava a mesma. Então, de repente, o lago desapareceu. Tom, de início estupefato, acabou concluindo:

— Rapazes, isto foi uma miragem!

E tentou explicar aos outros dois que no deserto, quando a sede aumenta, o calor excessivo faz com que nossos olhos vejam o que queremos ver — isto é, um oásis com um lago de água fresca — e não o que realmente existe. É uma espécie de alucinação. Mas Jim e Huck não entenderam nada, preferindo acreditar que aquele lago realmente existia.

Pouco depois todos voltaram a enxergar o lago, que mais uma vez nunca era alcançado pelo balão. Finalmente Tom avistou ao longe um bando de pássaros e resolveu segui-los, já que provavelmente iriam para um lugar onde existia água e comida.

Esse procedimento de seguir os pássaros durou mais do que a sede dos tripulantes permitia, mas acabaram enxergando, à frente, desta vez claramente, um oásis. E ele, ao contrário das vezes anteriores, foi ficando cada vez maior à medida que o balão avançava.

O balão estacionou a poucos metros do solo. Era o turno de Huck, e assim apenas Tom e Jim desceram pela escada de cordas, correram para o lago e beberam sofregamente daquela água límpida e fresca. Depois Jim subiu, para que Huck pudesse matar a sua sede. Em seguida fizeram rodízio para nadar: um ficava no balão enquanto dois davam braçadas nas águas do lago.

O leitor custa a acreditar, mas pouco depois novamente estava Jim, na barcaça do balão, gritando para que Tom e Huck salvassem as suas vidas, porque outro bando de leões se aproximava dos nadadores. Novamente Tom correu e logo estava a salvo; e Huck novamente cambaleou e apenas pôde chegar ao primeiro degrau da escada de cordas. E de novo o balão subiu para descer em lugar mais seguro, onde Huck pudesse firmar as pernas e subir…

E logo a história desanda de vez. Não alcançando Tom e Huck, que nadavam nus, os leões, e também alguns tigres, avançam sobre as roupas dos aventureiros, brigam e matam por causa dessas peças velhas e provavelmente mal-cheirosas. Com Huck novamente a bordo, o balão volta e paira acima dos animais que só nos sonhos poderiam ter habitat no norte da África (caso dos leões) ou em qualquer lugar da África (caso dos tigres), a uma altura segura. Os balonistas então laçam primeiro um jovem leão morto, e depois um jovem tigre morto. Carneiam as feras, separando cuidadosamente as peles e estocando as melhores carnes. Com outras partes dos animais, fazem iscas e, pairando acima das águas do lago, dedicam-se à pesca de magníficos exemplares de peixes raros. Assim, ao jantar, comem bifes de leão e tigre, peixes fritos, frutos do deserto e “otras cositas mas”…

E o balão continuou sua viagem em direção ao Leste. Dois dias depois os aventureiros viram uma nova caravana, e resolveram acompanhá-la, mas bem alto, para não assustar os beduínos. Puderam observar, com a luneta, que eles estavam ricamente vestidos.

A caravana permaneceu acampada boa parte do dia, mas à tarde reiniciou a sua marcha. Os balonistas então observaram que o Sol estava mudando de cor, e logo ficou parecendo um disco vermelho. Pouco depois o céu tornou-se, no oeste, muito escuro. Na caravana, lá embaixo, havia uma grande confusão, com todos correndo de um lado para o outro, como que preparando-se para algo terrível que poderia acontecer.

E o escuro foi se intensificando até esconder o Sol. Parecia haver, naquele lado, um gigantesco muro negro que se movimentava na direção da caravana. No balão, que estava bem longe do solo, o que antes era uma leve brisa transformou-se num vento forte. E com o vento chegavam grãos de areia, que feriam as faces dos tripulantes. Tom gritou:

— É uma tempestade de areia! Virem as costas para o vento!

E a ventania tornou-se mais forte, trazendo cada vez mais areia. Cinco minutos depois a barcaça do balão estava cheia de areia do deserto, com os balonistas quase inteiramente soterrados.

De repente a tempestade passou, e os três tripulantes, depois de se desenterrarem da areia, olharam para baixo para ver o que acontecera com a caravana. O acampamento desaparecera, agora coberto por um mar de areia. Pessoas e animais, foram todos enterrados por uma camada de vários metros de espessura. Passado o espanto, Tom comentou:

— Agora sabemos o que aconteceu com aquela outra caravana onde só encontramos pessoas e animais mumificados!…

Aparentemente contrariando as leis da Física, com a tempestade o balão não se movera 1 milímetro de sua posição inicial; e as 20 toneladas de areia (na avaliação de Tom) depositadas na barcaça não o fizeram baixar 1 centímetro sequer…

Na manhã seguinte, após uma noite em que passaram quase todo o tempo lamentando a triste sorte dos ricos beduínos, Tom, Huck e Jim puseram-se a discutir o que fazer com toda aquela areia que atulhava a barcaça. Pensaram em levá-la aos Estados Unidos e vendê-la em pequenas porções como lembranças do Deserto do Saara. Isto certamente lhes traria muito dinheiro. Mas viram que os impostos comeriam quase todo o seu lucro, e acabaram desistindo da idéia. Resolveram então esvaziar a barcaça dessa carga inútil, e a maior parte do trabalho coube ao negro Jim.

E a viagem continuou, por dois dias, no mesmo sentido Leste. Chegaram então ao fim do Deserto do Saara. Tom percebeu isto quando viu aparecer, ao longe, as pontas de três pirâmides. Estavam chegando ao Egito. O solo mudou muito, passando do amarelo do deserto para o verde das plantações irrigadas com as águas do Rio Nilo, que os viajantes divisaram mais à frente.

Era de manhã cedo, e começou a formar-se, próximo ao solo, uma densa neblina. Tom achou melhor baixar o balão, voando bem próximo ao chão, e bem devagar, de modo a poder localizar os monumentos históricos. Jim estava encarregado de informar se havia obstáculos à frente, e graças à sua acuidade visual o balão escapou várias vezes de abalroar construções.

De repente a neblina começou a dissipar, e Jim gritou:

— Volte para trás, Tom! O maior gigante das Mil e Uma Noites está vindo em nossa direção! E ele vem deitado num barco enorme!

Tom freiou o balão, até quase parar. Huck e Jim estavam apavorados, com medo de serem engolidos pelo monstro. Mas Tom gritou:

— Ele não está vivo, seus bobocas! É a grande Esfinge!

A enorme estátua representava um ser híbrico, com corpo de leão e cabeça humana. Tom fez o balão contornar o monumento, e acabou tendo a idéia de colocar Jim sobre a enorme cabeça, para medir o seu tamanho em termos da altura de um ser humano adulto. Jim no alto do cabeção e Tom observando. Tom foi afastando o balão, para olhar de outros ângulos e perspectivas. Foi afastando, afastando, até quase perder de vista a grande Esfinge.

Num certo ponto parou mas, encantado com tudo o que via, esqueceu-se de que Jim estava numa situação nada confortável. Mas Huck, olhando pela luneta, percebeu que algo estranho acontecia nas proximidades da Esfinge. Voltaram rápido e viram que várias pessoas, provavelmente policiais, atiravam na direção de Jim, e outros tentavam subir na estátua utilizando-se de escadas de madeira.

Tom fez o balão dar um vôo razante, dispersando os atacantes, e estacionou próximo à cabeça da Esfinge, para que Jim pudesse subir a bordo. Em seguida, afastaram-se rapidamente dali, subindo a grande altura. Localizando as pirâmides, foram em sua direção, observando-as de todos os ângulos.

Depois Jim ficou no comando do balão, e os outros dois desceram ao solo para visitar o interior de uma daquelas construções milenares.

Em seguida Tom e Huck resolveram dar uma esticada até a cidade do Cairo. Lá se abismaram com as vestimentas e os costumes dos maometanos, e procuraram chegar aos locais onde ocorreram eventos descritos na Bíblia. Vários lugares foram juradamente reconhecidos por Tom, o que provocou em Huck enorme admiração.

Finalmente os dois acabaram contratando um guia e subiram com ele até o balão. Visitaram o lugar onde o Mar Vermelho se abrira para a passagem de Moisés e do povo israelita. Seguiram depois para o Monte Sinai, e nesse local ocorreu um acidente: o cachimbo de Tom se despedaçou de vez. Não conseguindo outro naquele país estranho, despachou Jim e o guia para, voltando aos Estados Unidos e à casa de Tia Polly, pegar um cachimbo de reserva que Tom havia escondido num certo lugar.

Isto, de acordo com os cálculos de Tom, poderia ser feito, após uma adequada regulagem da velocidade do balão, em 2 dias — um para ir, outro para voltar, numa viagem de 14.000 milhas.

Tudo teria dado certo (e as aventuras continuariam) se Jim, seguindo instruções de Tom, tivesse pegado o cachimbo sem que a Tia Polly o visse. Mas isto não ocorreu. Assim, dois dias depois Jim e o guia estavam de volta, na hora aprazada, com o cachimbo e uma ordem expressa de Tia Polly para que os três aventureiros iniciassem de imediato a viagem de volta. Caindo na real, eles se livraram do guia e obedeceram; e Tom Sawyer estava certo de que Tia Polly o esperava com um abraço e uma varinha…

– – – – – – FIM DO RESUMO – – – – –

Opinião do Blog Sobre Essa História de Mark Twain:

Parece que Mark Twain, momentaneamente falto de inspiração, escreveu essa história apenas por pressão do seu editor. Parece que ele pretendia fazer uma paródia das histórias de Júlio Verne. Parece que a história em si não tinha elementos suficientes para uma novela, mas só para um conto. Parece que porisso Mark Twain resolveu “encher linguiça”, intercalando um sem-número de diálogos entre o “letrado” Tom e os empedernidos ignorantes Huck e Jim (esses diálogos, presentes na versão original em inglês, não constam do resumo acima). Parece que em muitos pontos Mark Twain se sentiu perdido no seu projeto, e em vez de parodiar Júlio Verne, passou a parodiar a si mesmo, nas figuras de seus personagens.

Resumindo, como história infanto-juvenil, é uma decepção (ao contrário de outras obras de Mark Twain como “As Aventuras de Tom Sawyer”, “As Aventuras de Huck” e “Tom Sawyer, Detetive”, que são excelentes). Adultos que estejam vivendo no século 19 podem achar graça nos diálogos que contrapõem Tom e a dupla ignorante. É incrível que uma editora tenha se proposto traduzir/adaptar essa “história”, só porque nela aparecem uns irreconhecíveis Tom Sawyer e Huckleberry Finn. Bom, foi para vender ao Governo, e talvez isto explique tudo…

25 Respostas to “As Viagens de Tom Sawyer (resumo)”

  1. Lavínea Says:

    é mto compriido

  2. Karollzinhaa Says:

    Eii; Vlw msm por esse resumoo pow, me salvasse da forcaa; (huashuashuashuas). Te agradeço muito e seii kii vc sempree ker kii nos lemos o livro e eh isso kii vou fazeer, pegueii esse resumo pq naum dah tempo lero livro inteiro pa fazer o trabalho pa terça feira!!

    muiito OBG!!

    beiijo :*
    _____
    resposta do blog:
    Fico feliz por ter ajudado, Karollzinhaa!

  3. melquisedequi Says:

    A Karollzinha realmente está prescisando muito de ler algum livro, como ela mesmo concorda que a sua (blog) vontade.

  4. Nicolly Says:

    eu achei muito enteresante e muito comprida mais achei muito legal e achei mais legal ainda por que eu achei o que eu queria e mais uma vaz
    EU ACHEI ESTA HISTÓRIA MUITO LEGAL

    MUITO OBRIGADA!
    _____
    Do blog:
    Que bom que você gostou, Nicolly!

  5. Nicolly Says:

    Mais tem algumas coisas que eu não gostei,mais tambem foi interesante e mara au mesmo TEMPO gostei muito desta história

    OBRIGADA MESMO!!!!!!!!!
    _____
    do blog:
    Gostaríamos de saber o que você não gostou, Nicolly! Assim, se for possível, a gente corrige…

  6. Marina Says:

    Eu achei bom , mas é quase o livro inteiro Oo

  7. gabriela coelho Says:

    meu Deus que livro é esse!!!!na minha opinião a história é mais ou menos!

  8. Ráàyy Says:

    ooÓ muutoo obg *-* sauvaram minhaa vida a provaa ja é amanhan ii euu ainda num liee o livroo obg :)

  9. gabriela coelho Says:

    caramba hj mesmo eu tenho uma prova sobre esse livro paradidático e eu naum tenho o livro oq me salvou foi esse resumo.vlw………

    outro livro legal de vcs tbm é as viagens de tom sawyer o detetive. p/ mim é o melhor da coleção! eu tenho 1 livro (as aventuras de tom sawyer) de vcs e o resto eu pego na net! bjjjj xauuuuuuuuuuuuuuuuuu

    e eu naum sou de fikar olhando livro na net nem em canto nenhum mais esse livro é muito bom. p/mim o pequeno principe era o melhor agora q descobri …..tom sawyer o p.principe fika em 2º lugar e ……..tom sawyer em 1º lugar! bj xauuuuuuuuuuuuuuuu
    _____
    do blog:

    Obrigado pela comunicação, Gabriela!

    Não sei se você já leu “O Príncipe e o Mendigo”, também do escritor Mark Twain, criador de Tom Sawyer. Se não leu, procure ler; talvez ele passe para o primeiro lugar, deixando “Tom Sawyer Detetive” em segundo e “O Pequeno Príncipe” em terceiro! Ou não…

  10. gabriela coelho Says:

    bom eu nunca li o pequeno príncipe e o mendigo!so li o pequeno príncipe!!mais obrigado pela indicaçao do livro vou ja pesquisar aqui na net! Á E EU TBM gostaria de agradecer pelo resumo do livro paradidático!sabe hj eu tenho uma prva dele e eu naum tinha comprando o livro espero q o resumo possa me ajudar a fazer a prova!!!!!!!bom obg e ate +

  11. gabriela coelho Says:

    em fim tds os 3 livros são muito bons! eu so conheço 2deles pq eu ainda vou ler o p.príncepe e o mendigo!se vcs tiverem mais indicações de livro pra mi dar,podem dizer q eu vou procurar p/ler…………..espero q me respondam!!!
    ______
    do blog:

    Vou fazer uma pesquisa na minha biblioteca e depois te falo, aqui mesmo neste espaço…

    P.S. – Gabriela: Há um livro muito bom, encontrável em qualquer biblioteca: “Inocência”, do Visconde de Taunay. A caracterização dos personagens é excelente. Não é difícil de ler, e tem humor, romance e tragédia. A Editora Ática tem também ótimos títulos, certamente presentes em qualquer biblioteca escolar.

  12. gabriela coelho Says:

    vleu pela dica vou procurar o livro na biblioteca da minha escola!bjj ate mais

    ps:eu fiz uma excelente prova sobre o livro atraves desse resumo obg!
    _____
    do blog:

    Que bom, Gabriela!

  13. Marcela Milena Says:

    achei muito legal..
    teria um teste e como o livro é muito grande o resumo foi uma ótima idéia
    Obrigada!!!
    _____
    do blog:

    Que bom que você gostou, Marcela!

  14. Bianca Says:

    gente , eu li so ate a parte do tribunal desse livro . o resto eu nao li e to procurando , so qe ai ta pedindo pra completar , me falem oqe aconteceu por favor . preciso pra hoje ! POR FAVOR Beiijoos

  15. Ane Caroline de Sousa Viveiros Says:

    obg por ter colocado esse resumo ai.
    Foi bom porque eu tenho q fazer um trabalho obrigado mesmo viu.
    _____
    do blog:

    Ficamos felizes por termos ajudado, Ane Caroline!

  16. Ronaldo Says:

    Vlw mano, obg mt obrigado, “te amo “

  17. Beatriz Says:

    olhaa o seu resumo me salvou , porq eu nñ consiguui termiinar de ler o livro. Para a prova amanhã

  18. Bianca Says:

    Tenho ki fazer um trabalho, mas agora preciso de todos os personagens e suas características….Porfavor mi ajudem!!!!!!

  19. Doug Says:

    obrigado, muito bom este resumo!

  20. mariajusefina Says:

    gostei do resumo, muito obrigado mesmo! ;*
    salvaram minha vida HEUREHRUERUE

  21. kessia Says:

    foi ótimo ainda bem que tem esse resumo se nu tivesse eu tava ferrada na prova de portugues

  22. gabriela Says:

    Valew ai pelo resumo me salvei de ler o livro todo pra fazer o resumo mas voce me ajudou muito obg aiiiiiiiii :)

  23. gaby Says:

    obrigda.. me salvou, tenho um trabalho p amanhã sobre essa historia, mas nao deu tempo de ler o livro.. shuahuaaa

    ufaaa…

  24. Thiago Carrato Says:

    POOOO valeu curti mto, tinha prova amanha tomara que eu me saia bem

  25. Manuh Says:

    Muito obrigada tenho uma prova desse livro amanhã e não achava em lugar nenhum.Muito obrigada mesmo💜

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